É possível um pensar autônomo e inovador na periferia do capitalismo?
Eis uma das questões de que trata o pesquisador Diogo Valença de Azevedo Costa, professor da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) na sua reflexão sobre a obra de #FlorestanFernandes - aproveitando o lançamento do livro "Padrões e Dilemas", que reúne textos do mestre da sociologia paulista, junto com um prefácio de Gabriel Cohn (USP) e uma apresentação de André Magnelli (Ateliê de Humanidades).
A obra, vale ressaltar, faz parte da coleção Biblioteca Básica Latinoamericana (BBLA), organizada pelo Ateliê de Humanidades junto com a Fundação Darcy Ribeiro e Tucán Ediciones.
Link da live: https://www.youtube.com/watch?v=yCvzN3o-D_s
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Apresentação da Live
Boa noite a todos.
Cabendo a mim a recepcionar Diogo Valença de Azevedo Costa, inicio informando que já o conheço há duas décadas, quando nos esbarramos pelos corredores da Biblioteca de Florestan Fernandes – hoje sediada na UFSCAR.
Desde então, aficcionado que sou pela obra do mestre paulista, tenho acompanhado a sua produção sobre o tema, assim como sua trajetória como docente na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia.
Entre os seus diversos escritos, destaco "Florestan Fernandes: trajetória, memórias e dilemas do Brasil", organizado com sua orientadora Eliane Veras Soares, professora da Universidade Federal de Pernambuco – livro o qual eu considero como uma das mais importantes homenagens que o sociólogo recebeu durante as comemorações do seu centenário de nascimento, em 2020.
Por essas credenciais, tenho a certeza que teremos uma excelente noite de abertura deste ciclo que tem o objetivo de divulgar nono volume da Biblioteca Básica Latino-Americana, que se chama “Padrões e Dilemas”, de Florestan Fernandes.
Prezado Diogo, será um prazer ouvi-lo sobre o tema “Padrões, dilemas e opções: como teorizar nas sociedades dependentes?”.
Grato, desde já, pela sua colaboração.
Marcos Marques de Oliveira (UFF)
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Questão inicial feita após o debate
Boa parte da reflexão de Florestan sobre o capitalismo dependente, e por consequência da possível superação deste por um processo revolucionário de corte socialista, foi teorizada num mundo bem diferente do nosso.
Naquela época tínhamos, por exemplo, a existência de um bloco socialista forte, que dominava parte significativa do globo. Fato que o fazia acreditar, em suas próprias palavras, que estávamos “em um mundo em que a revolução socialista” era “uma realidade histórica”.
Agora, em que não estamos mais num momento em que “um terço da humanidade vive em regimes socialistas”, novamente nas palavras do mestre paulista, como você analisa a pertinência atual de suas noções de “revolução dentro da ordem” e “revolução contra ordem”.
Ou seja, de que maneira podemos nos apropriar, proveitosa e criticamente, de suas teorizações sobre os limites do que ele chama de “reformismo” ou as possibilidades concretas de “revoluções” de marca socialista.
Mais especificamente, fazendo uma respeitosa provocação, parafraseando o poeta Renato Russo: “o socialismo, para se viabilizar, ele não deveria ser mais do que ele era antigamente”?
Por fim, o que seria esse “ser mais”? Florestan ainda pode nos ajudar a pensar sobre isso?
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