Trilha Sonora

25 de setembro de 2016

[Pré-Artigo] Plantas embaixo do Aquarius

Pense só um pouco,
Não há nada de novo.
Você vive insatisfeito
E não confia em ninguém.
E não acredita em nada.
E agora é só cansaço
E falta de vontade.
Mas, faça do bom-senso a nova ordem: 
Não deixe a guerra começar.

("Plantas embaixo do aquário", Legião Urbana)


Mas, o que é "Aquarius"?

Sem dúvida, um bom filme que narra um conflito entre dois tipos de elites: uma anacrônica, outra abominável.

Não é, portanto, uma película "social", como se poderia pensar após o (legítimo) protesto em Cannes.

Até porque a crítica à "gentrificação" e à lógica da especulação imobiliária não se pode deixar de fazer também aos governos que os gritos de #foratemer tendem a homenagear.

Os efeitos perversos da doença desenvolvimentista não se amenizam com "Minhas Casas, Minhas Vidas". Estas não freiam os desastres causados pelos desejos triplex de um sítio no campo. Que, detalhe, domina todos nós...

Para não falar das remoções olímpicas, que o vice mau peemedebianamente comeu. E também ficarei em silêncio sobre o eikeano Porto do Açu, os (des)iludidos do Comperj e, por fim, dos rios de grana que ergueram Belo Monte...

Sim, tirou bons contingentes da extrema pobreza, com políticas (de austeridade fiscal e focalização social) que antes rejeitava. Mas sem incremento significativo no que tange à desigualdade social. Mas também, como o próprio messias (só menor que Cristo, segundo o próprio) deste processo já disse, certas elites nunca ganharam tanto dinheiro. Inclusive certas elites partidárias...

O próprio lugar em que vi este interessante filme, o complexo agora denominado "Reserva Cultural", em Niterói (RJ), é um excelente exemplo - já que está é uma cidade governada por um petista que hoje tenta a releição travestido de verde. Isso que é golpe. Como o outro, dentro das regras...

Mas voltemos ao assunto.

Financiado com recursos públicos (R$ 12,3 milhões, declarados em Caixa 1), o antigo não realizado "Centro Petrobras de Cinema" é hoje um espaço de elite "intelectual" entregue à exploração da iniciativa privada. Claro, não é privatização. Apenas, como diria Cauby, "concessão".

Nada contra. Nem a favor. Apenas a constatação de que, para mim, a suposta luta política no Brasil permanece uma luta de elites. Entre uma esquerda anacrônica, porque - de alguma forma - aristocrática, e uma direita abominável, inclusive por ser - de alguma forma - miseramente populista. As duas essencialmente patrimonialistas e clientelistas.

Afinal, segundo eles, no Brasil só se faz política "assim"...

Mas "O som ao redor", do mesmo diretor (Kleber Mendonça Filho), por ter sido pioneiro no tema e cenário, é muito mais filme. Num tempo de filme, inclusive, bem menor e melhor. E, especialmente, por ter personagens mais complexos do que Clara, interpretada pela "niteroiense" Sonia Braga (estamos todos em casa!), protótipo da pequena burguesia que se acha revolucionária só porque é, romanticamente, anti-capitalista.

Enfim, nada dialética. Porque morre na simples antítese e, dessa forma, nunca faz a complexa síntese.

Essa pequena burguesia chauísta, formada (em parte ou em desejo) por concursados menos sofridos que os políticos desonestos (segundo o supracitado messias), que "odeia" a classe média, especialmente a que não vota, psolisticamente às vezes, como ela.

Odeia, inclusive, pelo fato de sê-la integralmente. Em corpo, alma e estética. Sempre presa/liberta no seu "Aquarius". Por isso, talvez, o grito de "fora", que surge sempre quando não está (mais) por dentro...

Marcos Marques

PS: E aqui, o melhor artigo que já li sobre o filme - "As barganhas de Clara".

21 de setembro de 2016

Cronograma dos próximos encontros [Sociologia da Educação II]



Pessoal,

Só para ajustar o calendário:

- 23/09 - Cine-Sociologia, com o filme "Lutero".

- 30/09 - Tópico 2: "A Sociologia da Educação no Brasil: os pioneiros e a Escola Paulista de Sociologia", tendo como texto-base o livro Florestan Fernandes, de minha autoria.

- 07/10 - Aula externa, com nossa participação no Seminário Conjuntura Costa Verde. É preciso inscrição prévia. Vejam o link.

- 14/10 - Cine-Sociologia, com o filme "Pensando com Florestan Fernandes".

Até lá!

Prof. Marcos Marques

4 de setembro de 2016

[Sociologia da Educação II] Pré-textos para 09/09/2016

Amig@s,

Iniciaremos nosso curso, na próxima sexta-feira, 09/09/2016, às 14h.

Além da apresentação do programa, peço atenção a três pequenos pré-textos para iniciarmos nossos debates:

- Bolsa família altera rotina de indígenas na região do Xingu, de Fabiano Maisonnave;

- Os métodos que dividem as águas no debate econômico, de Marcos Lisboa e Samuel Pessôa;

- Escola sem mordaça, de Gustavo Ioschpe.

Até lá!

Marcos Marques de Oliveira
Prof. de Sociologia da Educação do IEAR/UFF

3 de setembro de 2016

[Cinema e Política] Tópicos Especiais em Sociologia da Educação: dia e horário corretos

Prezad@s,

Por algum equívoco, a nossa disciplina optativa/eletiva deste semestre sobre "Cinema e Política" apareceu no sistema em dia errado.

O certo é sexta-feira, das 18h às 22h.

Quem ainda tiver interesse e disponibilidade, é só procurar a Secretaria no período de ajuste para fazer as inscrições.

Podem cursar alunos de Pedagogia, Geografia e Políticas Públicas.

Qualquer dúvida, ao dispor.

Att. Marcos Marques
Prof. de Sociologia da Educação

PS: Acesse aqui o programa.

[Agenda] Lançamento de "Padrões e dilemas", uma coletânea de Florestan Fernandes

O Circuito BBLA tem continuidade com uma conversa sobre "Padrões e dilemas", de Florestan Fernandes (BBLA, volume 9). ​Participam:...